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"É muito bom pra ser verdade"

Nossa mente molda a nossa realidade e por isso temos de tomar muito cuidado com tudo que absorvemos como verdade.


Um bom exemplo é a famosa frase:

"É muito bom pra ser verdade"


Acho que ninguém sabe ao certo de onde ela vem. Nossa avó falava isso, ou nosso pai ou nossa mãe.

Mas por que será que eles falavam?

Provavelmente para que não fossemos ingênuos a ponto de não aderirmos ao canto da sereia.


Mas por outro lado, a ideia da frase sugere também que nós fomos criados para viver com certas dificuldades porque o ideal, segundo o que pensamos ser ideal, é algo improvável em nossa vida, isto é, raramente nós o alcançamos.


Seria muito bom se alcançássemos, mas improvável.


E nós nos acostumamos com o mediano, porque o resto é improvável.

Seria nosso padrão de normalidade

Uma faculdade mediana, um trabalho mediano, um relacionamento romântico mediano, uma vida material mediana.

Podemos até achar que esse mediano é bom, quando comparado a outras pessoas, mas é só um jeitinho de se conformar.


Na verdade aquilo que julgamos ser muito bom pra nós é improvável.

Nós acreditamos nisso!


Temos mil desculpas pra manter o improvável no seu devido lugar:

- não merecemos mais do que somos;

- não temos capacidade para aquilo;

- ou é muita areia pro meu caminhãozinho (já ouviu essa?).


E vivemos a vida com o improvável dentro de nós.

Nessa vida cabe apenas o mediano.


E quando surge uma oportunidade que reside no improvável, nós não acreditamos que ela exista, afinal de contas ela é improvável.

Em outras palavras, tudo que está no improvável dentro de nós seria muito bom pra ser verdade.

E como está no improvável deve ser uma mentira, ou uma fantasia, ou até um engano, ou me confundiram com outra pessoa:

- Seria muito bom pra ser verdade ser sócio de uma empresa.

- Seria muito bom pra ser verdade conseguir aquela vaga de emprego naquela posição que eu o acho o máximo.

- Seria muito bom pra ser verdade encontrar um amor verdadeiro e sair dos relacionamentos onde eu tenho de engolir um monte de sapos.

Enfim, essas coisas que vivem no meu improvável, não existem pra mim, porque seria muito bom pra ser verdade.


Mas aí um dia, ocorre algo:

Surge uma oportunidade na nossa frente que nós jamais imaginaríamos que surgisse porque era improvável. Daí ficamos surpresos:

- Meu Deus me convidaram pra ser sócio de uma empresa.

- Puxa!!! Me chamaram pra entrevista de emprego naquele cargo.

- Nossa! O que estou sentindo por aquele homem ou por aquela mulher tem indícios de ser amor e é recíproco.


Mas como é muito bom pra ser verdade, nossa mente começa a sabotar e atacar o que está a nossa frente como se fosse um corpo estranho:

- se eu aceitar aquela sociedade eu sinto que é mais provável que eu perca tudo, do que me tornar alguém independente financeiramente;

- se eu conseguir aquele cargo, eu sinto que não tenho capacidade pra desempenhá-lo;

- o que eu sinto e o que ele (ou ela) sente parece até aqueles filminhos da sessão da tarde, mas deve ser uma paixão de verão ou uma empolgação que logo vai passar porque amor nem existe.


E depois desse bombardeio mental, seguimos a vida, acreditando que tudo que é muito bom pra ser verdade não acontece conosco, só com os outros.

Preferimos manter essa crença porque nos julgamos incapazes de lidar ou de merecer aquilo que é muito bom.

Temos, inclusive, muito medo daquilo que é muito bom.


O interessante é que a gente nem considera que aquilo que é improvável não significa ser impossível.

Mas a gente escolhe manter tudo que é muito bom no improvável e seguir o baile acreditando naquilo que nossos avós ou pais

nos diziam carinhosamente, porém não faziam ideia do estrago que isso poderia causar.


Pois eu lhe digo, você é mais capaz do que imagina pra fazer as coisas, você é mais inteligente do que imagina pra aprender e é mais sensível e suscetível do que imagina pra sentir e viver coisas que julga que só existem na sessão da tarde.


A mensagem é simples:

PERMITA-SE!

 
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